sexta-feira, 13 de maio de 2011

Por que o crente é chato se Jesus é divertido?

Muito do insucesso “evangelístico” vem da padronização da forma de se comunicar o evangelho. Muitos aprendem - pela religião - meia dúzia de frases prontas e, numa linguagem engessada, tentam encaixotar a inesgotável fonte de vida em algumas “leis espirituais”. Em seguida procuram empurrar goela abaixo a mensagem com um punhado de ameaças sobre inferno e satanás, fazendo as boas novas mais se parecerem com uma espécie de terrorismo gospel.


Como conseqüência deste comportamento, e outros escândalos causados pela igreja atual, o próprio conceito “evangelizar” ganhou um sentido aterrorizante. É uma palavra assustadora e reconhecida como a principal prática do "crente"  da qual, até mesmo eu, muitas vezes fuji antes de conhecer a verdade. 

Temendo reproduzir este comportamento uma grande amiga me perguntou:  "Devo dar a entender à um amigo que o estou "evangelizando", ou devo fazer isso de forma camuflada?"  Bem, se algo como o mencionado acima é o conceito que se tem em mente quando se pensa em evangelização, então não será proveitoso dar a entender às pessoas que elas estão sendo evangelizadas, pois o que queremos de fato é lhes anunciar o evangelho.

Evangelizar precisa ser tão natural quanto compartilhar uma boa notícia. Afinal de contas, é isso que a palavra evangelho significa: boas novas. Em clara oposição às formas mencionadas, encontramos Cristo apresentando à mulher Samaritana as boas novas de maneira tal que ela se viu profundamente desejosa da mensagem (Jo.4). Através de ilustrações e frases livres, Ele apresenta o evangelho como a dádiva mais desejável ao gênero humano, como de fato é.

Evangelizar é testemunhar. Não basta passar a notícia adiante tendo apenas a ouvido. Testemunhar é diferente de entregar uma notícia de segunda mão. Quem conta do que ouviu falar jamais terá tanto crédito como aquele que relata o que viu e viveu. Sempre será evidente no olhar, nos gestos, no comportamento e no entusiasmo a veracidade do testemunho dos fatos da parte daquele que conta, especialmente em termos de satisfação e alegria.

Isso é o que leva pessoas a se interessarem e darem crédito ao evangelho, até mesmo quando se declaram descrentes do cristianismo. Como o caso do famoso filósofo deísta David Hume que, certa vez, quando se dirigia para ouvir George Whitefield pregar foi interrompido por uma amigo atônito: “mas você não crê no que ele prega”; e prosseguindo respondeu: “mas ele crê”. Quanto a este elemento fundamental, não deve haver sutileza na pregação ou evangelização que seja capaz de o retirar. Ou seja, as pessoas precisam estar conscientes a respeito do que representa para nós aquilo que lhes estamos oferecendo.

Finalmente, existe uma vantagem maravilhosa em sermos amigos daqueles que buscamos evangelizar. Aliás, sempre deveríamos buscar este tipo de relação com quem desejamos compartilhar as boas novas. Encontraremos as melhores ocasiões para a evangelização de determinadas pessoas conhecendo sua história de vida e seus gostos.

Se evangelizar é tão natural quanto tentar compartilhar outras coisas que acabamos de descobrir que gostamos, teremos de traçar estratégias parecidas. Muito do que é bom não é apreciado por todos. Muitas vezes não tivemos nosso paladar bem educado para sermos capazes de saborear um bom vinho; ou não tivemos nossos ouvidos educados para apreciar uma musica clássica, há aqueles que ignoram o prazer encontrado na prática de determinados esportes. É paradoxal notarmos como uns são capazes, até mesmo, de chorar emocionadamente ao assistir um concerto, enquanto outros o rejeitam avidamente.

Nossa reação é quase sempre a de afirmarmos não gostarmos de algo com o que não nos acostumamos, não fomos educados ou não dominamos, mesmo sem tentar experimentá-lo. E é justamente através de nossas estratégias, ilustrações, sensibilidade e sutileza que temos conseguido convencer pessoas a aprender a surfar, a tomar açaí, jogar futebol, ouvir Bach ou uma musica nova, passar a usar o Facebook em lugar do Orkut, acostumar-se com o sabor azedo do novo sorvete de iogurte, etc.

Entretanto, sempre precisamos tomar cuidado para não forçarmos a barra e nos tornarmos chatos. Lembro-me de que quando era mais novo, meu irmão era sempre um dos primeiros do nosso grupo a ingressar numa nova fase musical. Do Rock’n Roll para a fase Funk/Rap foi uma chatice lá em casa e tive que sofrer muito até passar aceitar e gostar. Depois veio o Hip Hop e foi a mesma coisa. Felizmente nos convertemos antes que a fase “AXÉ” dominasse as rádios e festas de nossa cidade. E posteriormente aprendi sozinho a apreciar um pouco de
 música clássica.

Se a coisa é realmente boa para nós isso será natural e evidente. A melhor fase do evangelismo é quando nem nos damos conta que estamos evangelizando, ao mesmo tempo não paramos de fazê-lo; É uma alegria transbordando em forma de amor e preocupação pelos que amamos, seja por atos ou palavras;  seja sabendo a hora de falar ou de calar, e isso é ser sutil na medida certa.

ASSISTA A ESTE VÍDEO RELACIONADO:


Satisfeito Pela Verdade - Por David Romer

4 comentários:

  1. excelente david deus te abençõe hoje e sempre

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  2. Que bom que vocês gostaram. Espero poder ser ao máximo um canal das virtudes de Deus. Por favor sigam e divulguem este blog para que ele possa cumprir um propósito cada vez mais frutífero. Graça e Paz,

    David Romer.

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  3. Gostei também e olha que eu não sou de ler essas coisas. Foi um tema que me chamou atenção por é real mesmo. Sempre acho muitos dos crentes chatos. Se eles tivessem esse tipo de abordegem para a evangelização talvez muitos tivessen mais resultados até com os jovem que eu acho um publico mais dificíl né.

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