quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pecado - Ação ou Motivação?

Tudo aquilo que se executa externamente foi antes concebido internamente. A maior dificuldade que muitos tem em assumir seus erros é causada pela astúcia da má natureza humana, que procura reduzir o conceito de transgressão do campo vasto das motivações para os limites das ações - de pensamentos para atos.

A prática do ato pecaminoso é simplesmente a expressão externa do que há dentro de nosso coração. O grande religioso judaizante Saulo foi desbancado ao perceber que a lei de Deus se dirige ao coração muito mais veementemente que às nossas ações. Ele jamais havia matado, roubado, falado o nome de Deus em vão, mentido, etc., mas quando leu o último mandamento identificou-se com todos os praticantes destes mesmos pecados (Rm.7).

O problema é que a maioria de nós tem se tornado muito hábil em refrear e filtrar nossos impulsos, motivações e paixões. Escondemos nossos corações uns dos outros ao não darmos à luz àquilo que realizamos em nossos corações. Impedimos a realização prática de muita maldade que já praticamos internamente.

Os mais honestos de nós só conseguem sentir pena e desejo de dar alguma nova chance a pedófilos, prostitutas, homicídas, estupradores, ditadores autoritaristas, homossexuais, racistas, et., porque percebem que as mesmas sementes ou impulsos que levaram estas pessoas a praticarem tais atos também insistem em se manifestar em nossos próprios corações.

Essa questão é tão assustadoramente verdadeira que Lloyd-Jones chega a afirmar que somos uma raça que satisfaz desejos de pecar por "tabela". Você pode nunca ter roubado, matado ou adulterado, mas pare para pensar nos assuntos, filmes, artes, novelas e notícias que mais te interessam que te dão mais prazer. Será que não estaríamos, como também expressa Freud, gerando na cultura a permissão de vivermos a fantasia de nossos desejos pecaminosos na vida de outros?

Assim como estes terríveis praticantes de atos pecaminosos externos, nós igualmente precisamos de nova chance. Sabemos que os danos causados são maiores quando os pecado se externalizam, e que por isso recai sobre estes uma maior demanda de punição, mas Deus nos cobrará também pelo que habita em nossos corações e pensamentos, ainda que não os tenhamos no palco da história.

Pelas palavras de nosso Senhor: "Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias"(Mt.15:18,19).

Nossos atos pecaminosos são apenas sintomas que apontam para um coração corrompido. Os afluentes do rio de nossa vida apresentam sua poluição, mas o problema é que a fonte está corrompida. Este é o grande problema da humanidade. Não basta colocar um filtro em alguns destes afluentes e maquear a poluição. A fonte está corrompida.

É por esse motivo que a raça humana não encontra esperança sem Cristo. O centro, ou a fonte de seu ser está corrompida. O único jeito é nascendo de novo, recebendo uma nova criação, uma vida totalmente nova. Morrendo com Cristo para ressussitar com Ele pela fé.



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Satisfeito Pela Verdade - por David Romer

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